terça-feira, 19 de junho de 2012

Um sonho de cores


Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.

O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.

Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?

(Fernando Pessoa)

domingo, 17 de junho de 2012

E se aquele por do sol fosse eu?



E se aquele pôr do sol fosse eu?
Se eu desaparecesse assim?
A minha vida, e tudo o que sucedeu...
Eu não passaria de uma flor de jardim
E na verdade, posso não ser o pôr do sol
Mas os momentos são mais fugazes que isso
E o tempo algo extremamente impreciso

Eu, eu sou apenas uma folha ao vento
Vendo mil pôr do sois
Aproveitanto cada escasso raio, cada momento
Mas não consigo ter a segurança da manhã
Não me fio em Deus, sou como que pagã
E miro o pôr do sol, temendo a noite
E agradecendo a sorte
De um ultimo raio de luz
Daquele doce brilho, que tanto me aquece
Essa luz que me esquece
Mas que tanto me seduz...

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Viver é enfrentar desafios...





Viver é enfrentar desafios.Quem nunca enfrentou desafios, apenas passou pela vida, não viveu.
(Augusto Branco)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Insónia Alentejana


Insónia Alentejana

Pátria pequena, deixa-me dormir,
Um momento que seja,
No teu leito maior, térrea planura
Onde cabe o meu corpo e o meu tormento.
Nesta larga brancura
De restolhos, de cal e solidão,
E ao lado do sereno sofrimento
Dum sobreiro a sangrar,
Pode, talvez, um pobre coração
Bater e ao mesmo tempo descansar...

Miguel Torga

domingo, 10 de junho de 2012

De Espanha para Portugal


AS PEDRAS

As pedras falam? pois falam
mas não à nossa maneira,
que todas as coisas sabem
uma história que não calam.

Debaixo dos nossos pés
ou dentro da nossa mão
o que pensarão de nós?
O que de nós pensarão?

As pedras cantam nos lagos
choram no meio da rua
tremem de frio e de medo
quando a noite é fria e escura.

Riem nos muros ao sol,
no fundo do mar se esquecem.
Umas partem como aves
e nem mais tarde regressam.

Brilham quando a chuva cai.
Vestem-se de musgo verde
em casa velha ou em fonte
que saiba matar a sede.

Foi de duas pedras duras
que a faísca rebentou:
uma germinou em flor
e a outra nos céus voou.

As pedras falam? pois falam.
Só as entende quem quer,
que todas as coisas têm
um coisa para dizer.

(MARIA ALBERTA MENÉRES)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Por do sol em Junho


"Hoje dê um dos seus sorrisos a um estranho. Esse pode ser o único raio de sol que verá durante todo o dia"

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Verdes são os campos



Verdes são os campos
Da cor de limão
Assim são os olhos
Do meu coração

Campo que te estendes
Com verdura bela
Ovelhas que nela
Vosso pasto tendes

De ervas vos mantendes
Que traz o verão
E eu das lembranças
Do meu coração

Isso que comeis
Não são ervas não
São graças dos olhos
Do meu coração

(Poema de Luís de Camões, musicado por Zeca Afonso)


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Cardos em vários ângulos.





"Poderão arrancar todas as flores, mas não conseguirão acabar com a Primavera"
(Lino J. Somavilla)

domingo, 3 de junho de 2012

Andorinha do mar


A esperança tem asas. Faz a alma voar. Canta a melodia mesmo sem saber a letra. E nunca desiste. Nunca.

sábado, 2 de junho de 2012


" Se o parceiro não é certo, dorme com um olho fechado e outro aberto "